sexta-feira, 25 de junho de 2010

Exposição Mímesis Mülleriana uma Plágiocombinação



O nome da exposição Mimesis Mülleriana uma Plágiocombinação vem do conceito de Mimetismo Circular, atribuído à descoberta de Fritz Müller em sua observação da flora e fauna. Fritz Müller observou que em alguns casos duas espécies se imitam reciprocamente e ao se transformarem acabam se assemelhando. A metáfora na exposição referencia a natureza processual dos projetos colaborativos das instalações multimídia resultantes da Oficina de Arte e Tecnologia. A oficina, promovida durante o primeiro semestre de 2010, como evento de extensão do Ceart da UDESC e acolhida pela Fundação Cultural de Joinville e pela Casa da Cultura, Galeria de Arte Victor Kursansew, resultou na exposição Mimesis Mülleriana. O prognóstico quanto aos trabalhos que envolvem arte e tecnologia relativo aos procedimentos da produção e recepção e circuito exibitivo foi confirmado. A maior transformação consiste ainda em como percebemos nossos instrumentais.

Em 2006 a exposição Emparedados, no MHSC, focou projetos de instalações interativas que se apropriaram do histórico e do aparelhamento do museu histórico com seus arquivos e mobiliário. As instalações pensadas como site specific se referiam à memória do prédio e seu uso no passado como domicílio do governador e de sua família, e como gabinete de governo. Estas pretendiam ao meu ver instalar um dispositivo poético no visitante sobre a memória do espaço. Eram dispositivos imateriais, processuais.

Na exposição processo Mímesis Mülleriana, agora aberta na Galeria Victor Kursansew, o que chama a atenção não são os projetos dos coletivos ou dos artistas individuais mas o fato dos próprios artistas eles mesmos serem os potencializadores do processo contagiando outros por proximidade presencial. Durante a fase de gestação dos projetos a percepção é exacerbada e amplificada por outros que não são apenas receptores da proposta poética. Os micro-controladores usados em alguns dos projetos apenas controlam estímulos de entrada e de saída. Mas a condutividade da poética junto à percepção materializada é que determina o “estado obra” em devir.

Yara Guasque